domingo, 28 de agosto de 2011

Lembrança



a Marta Verônica
                 
Paredes que sabem o que houve,
Que viram, ouviram, sentiram.
Paredes marcadas pela dor,
Pelo amor, talvez pela espera.
Sólidas paredes frágeis,
Paredes, antigas paredes.
Madeiramento robusto
Vulnerável ao tempo.
Paredes que contam velhos causos,
Que os vivenciaram,
Que trazem lembranças,
Que levam ao passado.
Paredes que cercam histórias
De vida e de morte.
Paredes, antigas paredes.
Nuas.
Outrora ornadas do brio e da honra.
Paredes que falam,
Revelam, sussurram, resmungam.
Que choram, reclamam, e clamam.
Paredes que assistem,
Imóveis esperam,
Que gritam sofrendo demoras.
Paredes de um tempo
Que o tempo não traz.

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