domingo, 28 de agosto de 2011

Agosto nas veias



Lá vem Agosto de novo
No gosto do povo que lida.
Ventania garantida,
Papagaio risca o céu.
É Agosto que se achega,
É Agosto que se vai.
Tradição, religiosidade,
Crença, fé, história viva.
Sabores, fitas e cores
Mostram uma gente
Que não se calou,
Que temente, luta e faz,
Rezando a devoção,
Terno de Nossa Senhora,
Terno de São Benedito
E o Reinado do Divino.
A Igreja do Rosário
Se faz palco,
Resplandece Montes Claros.
Festa, festejo e prece,
Cultura que corre no sangue.
É o afro que grita na alma,
O mestiço que me leva,
Raízes que me levantam,
Lembranças de Portugal.
Quem nasce aqui sabe disso,
Sabe a história toda,
Sente pulsar as origens
Do outro lado do mar.
E os olhos molhados veem
O passado preservado,
Embrulhado em cores vivas,
De fitas que avoam
Com o vento do mês todo.
Ah, se Agosto não fosse.
Se fosse sempre Agosto.
Por que na verdade é Agosto
Nas veias do povo que espera
Agosto chegar de novo.

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