domingo, 28 de agosto de 2011

Amor de artista



Tecido no seio da arte foi concebido artista,
Rascunhado, gerado, sonhado.
Impossível respirar
Senão o odor da arte que o cercava.
Assim, impregnado pelas cores e formas,
Cresceu.
Viu mais que outros, viveu intensamente mais,
Então, ainda jovem, imerso em tanta essência,
Escorre em sua existência
A leveza da inspiração.
Olhos de outono em corpo viril,
Cansado por ter vivido o que ainda lhe resta.
Nada sobrou.
O que viver agora?
Talvez ser artista bastasse
Num ritual de criar e recriar o amor todo dia.
Obrigado a se apaixonar a cada manhã
Pelo fim dos seus longos dias,
Condenado a ter sempre um novo olhar.
Não seria impossível manter um ritual assim,
Desde que o amor brotasse,
Incondicionalmente a cada alvorecer.
Então, inerte ficaria,
Na espera que a arte se finde
Para que o amor comece
E o êxtase aconteça.

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