domingo, 28 de agosto de 2011

IMAGEM


Maldito espelho côncavo,
Desequilibrado convexo,
De imagens por vezes tão maiores
Ou tão menores que o real.
Virtualmente deformadas,
Achatadas, esticadas, disformes, conformes.
Cada qual com sua forma,
Única e sem par.
Inigualável dependência
Da aparência que nos prende.
Garimpo de um eu refletido invertido,
Aprisionado na luz do que o reflete.
Côncavos?         
Convexos?         
Planos?
Não temos planos, não temos norte, nada.
Somos convergentes,
Virtualmente simétricos em nossa assimetria.
De longe ou de perto, não importa.
Perfeitos,
Menores,
Imperfeitos,
Maiores,
Reais,
Invertidos.
Não mente o espelho somente.

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