domingo, 28 de agosto de 2011

ABDUÇÃO PARA SER



Nasci sedenta.
Seguir rotas nunca foi meu forte.
Minhas bússolas se quebram,
A mim restam a intuição e o vento.
Caminhos tortuosos e sofridos
Levam a lugares melhores.
Optei por tais esforços.
Numa sede crônica de mudanças, cresci.
Numa espera infinita
De um não sei quê fui forjada.
Enquanto isso,
Um DNA de carvalho gritava
Sufocado pelas grandes caravelas.
Arte pela arte.
Era isso, só assim seria eu,
Melhor reduzida a pedaços.
Ninguém sabia.
Insolência, rebeldia, ingratidão
Num mundo de nadas e seres.
Dias e noites de espera,
Madrugadas de espera,
Espera de madrugadas,
Espera de dias e noites.
Fênix, leoa, águia,
Raposa (do Pequeno Príncipe),
Eu e Deus.
Espera solitária,
Espera de Alice,
Talvez ilustração
Do mito da caverna de Platão.
Então, uma noite a nave veio,
Fui aonde eu quero ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário